PORTUGAL ÀS ESCURAS: REFLEXO DE UM PAÍS À DERIVA E REFÉM DA DEPENDÊNCIA EXTERNA

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Hoje, Portugal mergulhou na escuridão, e, com isso, ficou exposta à dura realidade que muitos teimam em ignorar: somos um país vulnerável, dependente e perigosamente mal preparado. Uma falha elétrica na interligação com Espanha bastou para paralisar quase todo o território continental. Enquanto os Açores, autónomos na sua rede, escapavam ao caos, no continente assistimos a mais uma prova da nossa fragilidade estratégica.

Este incidente é muito mais do que um problema técnico. É o espelho de décadas de más decisões políticas e de uma submissão energética que nos deixa reféns de fatores externos. A nossa ligação quase exclusiva a Espanha no setor elétrico mostra agora toda a sua fragilidade, num país que, ironicamente, se gaba de investir em energias renováveis, mas continua estruturalmente dependente do vizinho.

O que assistimos hoje foi vergonhoso: autoridades perdidas, explicações contraditórias, ausência total de comunicação clara. Quando os portugueses precisavam de informação e liderança, receberam silêncio, improvisação e, pior ainda, tentativas de minimizar a gravidade do que aconteceu.

Portugal não pode continuar a ser governado por quem negligencia questões vitais como a soberania energética. A falta de alternativas reais, a incapacidade de garantir autonomia em situações de crise e a submissão cega a interesses externos mostram que estamos longe de ser um país verdadeiramente moderno e resiliente.

Hoje foi a luz que falhou. Mas a verdadeira falha é política, estratégica e estrutural. A dependência de Espanha é apenas mais uma consequência da mediocridade de quem governa sem visão, sem coragem e sem compromisso com o futuro.

CHEGA de dirigentes que aceitam a dependência como inevitável. Basta de um país que só acorda para os seus problemas quando a escuridão já é total.

Portugal merece mais. Portugal precisa urgentemente de luz, mas, acima de tudo, de liderança.

José Pacheco
Presidente e Deputado do CHEGA Açores