“O sector público empresarial dos Açores é um necrotério de empresas falidas, mal geridas e completamente capturadas pelos interesses instalados, com centenas de administradores que beneficiam de elevadas mordomias que envergonham os Açorianos”, começou por dizer o deputado Francisco Lima, a propósito da intervenção do Secretário Duarte Freitas, no primeiro dia de debate do Plano e Orçamento para 2025.
O parlamentar questionou o Governo durante quanto mais tempo irão os Açorianos “continuar a sustentar empresas do Grupo EDA e a SATA e dezenas de outras empresas públicas, que acumulam prejuízos atrás de prejuízos, dívidas atrás de dívidas”.
Francisco Lima indicou que as 23 empresas públicas dos Açores custam cerca de 5,1 milhões de euros e, em média, cada administrador custa 76,8 mil euros.
O parlamentar deu como exemplos as empresas do Grupo SATA, “que no primeiro semestre de 2024 já vai com 45 milhões de euros de prejuízos”, bem como do Grupo EDA que, “com um capital próprio em 2023 de 274.4 milhões de euros, acabou em 2023 com uma rentabilidade de apenas 6,1%, pouco acima da inflação, tendo tido 13,7 milhões de euros de gastos financeiros para uma dívida, a 31-12-2023, de 296 milhões de euros”.
Francisco Lima juntou a Lotaçor a esta lista, pois “em 2023 deu um prejuízo de cerca de 2.500.000 , mais 1.665 euros de prejuízo que no ano anterior. Nesta empresa passa-se algo caricato pois 83,3 % do volume de vendas é para pagar salários”, reforçou.
Neste sentido, Francisco Lima indicou que o sector público empresarial dos Açores “está a contaminar as finanças públicas aumentando inclusivamente o risco da dívida pública regional”, incitando o Governo a iniciar de imediato um programa de privatizações.
Mas, reforçou o parlamentar, “privatizar não é vender ao desbarato, ou substituir os monopólios públicos por monopólios privados, como aconteceu em muitas privatizações na República. As privatizações devem acautelar a robustez financeira de quem compra e garantir mais concorrência no sector”, incitou.
Ou se inicia de imediato um programa de privatizações, “ou mais dia menos dia, mais ano menos ano, isto vai acabar mal e alguém de fora é que vai ter de pôr ordem na nossa casa, seja o Ministro das Finanças da República, ou seja, uma nova Troika”, concluiu.
Horta, 25 de Novembro de 2024
CHEGA I Comunicação




