EMIGRANTES AÇORIANOS MERECEM SER TRATADOS COM RESPEITO E DIGNIDADE

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O Secretário Regional dos Assuntos Parlamentares, Paulo Estêvão, veio a público, recentemente, para dar conta que o Governo Regional está a preparar um plano de contingência para acolher emigrantes açorianos que venham a ser deportados por Donald Trump.

Até aqui tudo bem, se, efectivamente, isso fosse uma realidade e se se soubesse, ao certo, de quantos açorianos estamos a falar e em que moldes estas “supostas” deportações iriam acontecer.
O que Donald Trump disse foi que iria implementar medidas para controlar a emigração no país, algo que já deveria estar a ser feito em Portugal há muito tempo, e que o CHEGA tem vindo a defender acerrimamente.

O que não consigo entender é como um governante, numa atitude que considero irresponsável, vem criar alarmismo na população, por algo que disse não ser o “cenário previsível”.

Ora, se não é um cenário previsível, como pode, com que fundamentos e com que informações, vem o Secretário Regional dos Assuntos Parlamentares afirmar que “possam vir a ser deportados “centenas” de emigrantes oriundos dos Açores, que estarão em situação ilegal nos EUA”.

Admitindo a existência de serem detectados alguns casos de emigrantes açorianos em situação irregular, não me parece que estejamos a falar de centenas de pessoas que, de um momento para o outro, serão deportadas. Isto é pura especulação e dramatismo desnecessário.

A atitude de Paulo Estêvão não faz qualquer sentido, só veio criar medo, receio e sobressaltar a população para uma situação que não se sabe sequer se vai acontecer.

O Secretário indicou ainda que o que está a “ser feito é preparar respostas na área da habitação, porque as pessoas não podem ficar na rua, a preparar respostas na área dos apoios sociais, e a preparar respostas na área da inserção, ao nível do emprego, além de respostas na área da saúde e na área educativa”.

Aconselhava o Secretário Regional a preparar estas mesmas respostas, mas para os açorianos que estão a viver nos Açores. Que se façam planos de contingência, com urgência, para a habitação, para a saúde ou para a educação. São muitos os açorianos, principalmente casais jovens da classe média, que não conseguem comprar uma casa, são enormes as listas de espera para consultas ou cirurgias nos hospitais da Região, na educação, são escolas com falta de professores, falta de material e a precisarem de obras urgentes.

Que se façam planos de contingência, sim, mas que se olhe primeiro para dentro e para a verdade dos factos, sem inventar histórias que ainda não aconteceram, nem se sabe se vão acontecer algum dia.

Que se respeitem os emigrantes açorianos!

Olivéria Santos
Deputada do CHEGA Açores