AÇORES: A MALDIÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS OU PARADOXO DA ABUNDÂNCIA!

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A maldição dos recursos é uma teoria económica que explica a razão porque países com abundância de recursos naturais não se desenvolvem. Portugal desde o ouro do Brasil até aos nossos dias com os subsídios da União Europeia não pára de divergir no rendimento da média europeia. Afinal quem são os culpados?

Portugal não tem a maior reserva de petróleo do mundo e por isso ainda não somos a Venezuela (mais uns anos e chegaremos lá ). Mas, tal como a Venezuela, não conseguimos explorar e criar riqueza com um dos maiores activos do mundo: o nosso mar, sem menosprezar os outros grandes recursos que temos.

De facto, os Açores têm 930 687 km2 de Zona Económica Exclusiva, ou seja, 55% do total do país. Mas Portugal, tem 1.727.408 km, bastante mais que Espanha que tem 1.077.231 km², mas Espanha tem uma pujante indústria pesqueira, quotas que chegam a ser quase 20 vezes maior que as de Portugal como no caso do Atum Rabilho em que Espanha tem uma quota de 6300 toneladas e Portugal apenas 350 toneladas. Ou seja, Portugal a troco de “dez dinheiros“ vendeu os enormes recursos que tem à Europa. Diluindo os subsídios todos que recebemos da Europa pela nossa área marítima que demos de mão beijada, não é preciso ser muito inteligente para perceber o péssimo negócio que fizemos.

Mas não é apenas na pesca, também na agricultura produzimos o melhor leite, mas a diferença de preço para o continente chega a ser de 20% menos. Na energia temos recursos inimagináveis de energia geotérmica e eólica, mas os particulares e empresas não têm qualquer benefício no preço da energia, sendo o mesmo fixado no continente pela ERSE para sustentar uma empresa pública regional monopolista (EDA) que só para sustentar tachos políticos desperdiça um valor exagerado de recursos.

Por fim, temos uma costa marítima lindíssima com um potencial turístico enorme, mas nós os idiotas úteis da Europa proibimos a construção à beira-mar com planos burocráticos e inúteis feitos por políticos cobardes e incompetentes. Só é possível reconstruir ruínas e palheiros ou adegas à beira-mar para defesa ou do ambiente, ou por causa das alterações climáticas (a tal subida apocalíptica do nível do mar… para daqui talvez um milhão de anos), ou simplesmente por que é “cool” manter a paisagem em estado selvagem, ou seja, cheia de infestantes, ratos, paredes caídas e um autêntico deserto ambiental, económico e social.

Mas claro, somos pobres, temos de receber cada vez mais subsídios da Europa e da república (os tais malditos recursos) , para continuarmos a “abater barcos de pesca“, proibir a construção à beira mar, continuar a sustentar a EDA a SATA e dezenas de empresas públicas falidas e mal geridas e para continuar a “engordar“ a máquina do estado que não para de crescer – é importante em cada ciclo eleitoral continuar a encher a função pública com gente, mesmo que não haja gabinetes para os sentar, ou computadores, ou viaturas para trabalhar. Vamos mantendo a aparência de normalidade, tal como na ex-união soviética se fazia.

Enquanto vivermos na abundância dois recursos fáceis, vamos continuar alimentar a preguiça, a perseguir quem trabalha e a sustentar uma elite de costas viradas para o povo que aposta neste “status quo” de subsidiodependência, marasmo económico e deserto populacional.

Entretanto, a Europa vai dando uns tachos simbólicos a Portugal, como é o caso do “cherne”, mais conhecido por “Durão Barroso” e agora “António Costa”, também conhecido como ex-ministro da justiça de José Sócrates. Faz-nos sentir importantes e assim podemos continuar apostar no nosso atraso económico e nas leis anacrónicas de Bruxelas, alimentar o “pânico climático” e a afundar-nos com a cultura “Wooke“ desta Europa do politicamente correcto.

Ah, mas ainda vamos conseguir arranjar um subsídio da Europa para arrancar…as nossas hortênsias das estradas. Parece que 2-3 idiotas conseguiram convencer uns quantos burocratas inúteis que elas são “umas perigosas invasoras”.

A banda vai continuar a tocar enquanto o Titanic se afunda!

Francisco Lima
Deputado e Vice-presidente do CHEGA Açores