DESABAFO DE UMA MÃE DESESPERADA!

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Reproduzimos na integra o texto comovente de Claúdia Costa, com a devida autorização, sobre a problemática dos lugares nas creches. Era bom que alguns conhecessem esta realidade de muitos pais açorianos para perceberam a posição do CHEGA a favor das famílias que trabalham e das suas crianças que têm vindo a serem excluídas do direito à creche.

DESABAFO DE UMA MÃE DESESPERADA!

Bom dia, vejo que o vosso partido seja o único e que tem tentado “ajudar” criando prioridades para os pais trabalhadores que não têm onde colocar os filhos na creche por falta de VAGAS.

Tenho uma filha com um ano de idade, a minha luta de ir à creche perguntar se existe vaga é constante e já se tornou cansativo. Minha filha nos últimos 4 meses tem ficado com avó para nós pais podermos trabalhar e sustentar a nossa casa e podermos sobreviver e esta realidade de vida e que por vezes é difícil. Avó já não tem condições físicas para ficar com a neta, apesar de ter 71 anos a vida pregou-lhe partidas a nível de saúde, o que complica a cuidar da neta.

E eu mãe, que entrei em estado desespero no passado dia 31 de julho 2024, entreguei a minha carta de despedida para poder cuidar da nossa filha. Patrão nenhum aceita que o funcionário falte porque não tem com quem deixar os filhos.
Como eu existem muitas mães que fizeram o mesmo, outras que mesmo assim conseguem conciliar o trabalho com os filhos em casa, e outras que mesmo depois de terem os filhos não podem ir trabalhar porque não têm vagas na creche.

E eu me pergunto, e agora? sei que tudo leva o seu tempo, mas é urgente fazer alguma coisa para que essa situação seja resolvida.

É revoltante querer trabalhar e não ter onde colocar a minha filha numa creche.

É revoltante, ver outros pais que não trabalham mas que conseguiram vaga na creche porque são assinalados pela segurança social ou pela proteção de menores.

É revoltante ver outros pais que não trabalham mas que recebem o rendimento mínimo e que não procuram trabalho porque tem creche garantida para seus filhos.

É revoltante ver outros pais a terem prioridade na creche mesmo não abrangendo os critérios de prioridade para essas vagas, “quem tem padrinhos é que se batiza”

O governo dos Açores a alguns meses a traz veio cá e abriu mais vagas, mas o que adiantou aos pais deseperados como eu, nada!
Porque essas vagas foram prioridade aos pais que trabalham para a instituição que gere a creche.

É revoltante passar na estrada e ver esta “gente” sentada em esplanadas de cafés como se tivessem de férias podendo tomar conta de seus filhos em casa que estão ocupando vagas que poderiam ser de pais que querem trabalhar.

Não temos vaga para creche, mas também não temos uma rede de AMAS porque o instituto da segurança social não lhes dá o apoio que supostamente deveria dar.

“Estamos perdidas no meio do mar! ”

Não temos ninguém que dê um grito para acordar quem por direito é responsável por esta situação.

A possibilidade de abrir uma nova creche está fora de questão porque teve quem apresentou um projecto, mas foi cortado porque a instituição que gere a unica creche no concelho não permitiu que fosse realizado esse projecto por achar que é suficiente para este concelho.

Cada vez mais o concelho está a crescer a nível de população principalmente a tacha de natalidade tem vindo a aumentar é preciso fazer alguma coisa. É preciso criar vagas para estás crianças dos 4 meses aos 3 anos para pais poderem trabalhar.

Eu trabalhava por turnos, no hiper continente esse era outro problema, onde colocar a minha filha depois das 17h e os fins de semana, nós trabalhamos por turnos e as creches têm um horário laboral diferente de quem trabalha em estabelecimentos como hipermercado, hotéis, bombas de gasolina entre outros.

Alargar o horário da creche seria uma hipótese.

Criar uma nova creche, seria uma hipótese mais vagas para crianças, mais postos de trabalho.

Muitos empreendedores se queixam por não haver mão de obra, muitos pais estam em casa por não ter onde deixar seus filhos.
Precisamos trabalhar, mas precisamos de ter uma creche com disponibilidade para os nossos filhos e que seja com horários alargados para quem trabalha em estabelecimentos em que os horários não seja como o da função pública.

O meu desabafo foi longo, não tenho muito mais a dizer mas peço que nos salve deste problema que façam mais barulho nos ouvidos de quem por direito deve resolver.

Cláudia Costa

Madalena, Ilha do Pico
1 de Agosto 2024