O BICHO

0

Nas catacumbas húmidas das redes sociais vive uma criatura rara: o Bicho Ressabiado. À luz do dia é inofensivo, tímido como um gatinho, mas quando se esconde atrás do teclado transforma-se no Rambo da tecla: dispara insultos, cospe teorias de conspiração e inventa enredos dignos de uma telenovela mexicana de 400 episódios.

Se falo de habitação, o Bicho já está a gritar: “Demagogia barata!”
Se falo de transparência, vem logo o selo: “Populista!”
E quando se cansa, saca do argumento mais criativo de todos: “Ele só quer protagonismo!”, sempre original, coitado.

Curiosamente, na vida real, o Bicho é uma ovelhinha. Se me cruza na rua, olha para as montras ou atravessa a correr para o outro passeio. Os músculos revolucionários e o bigode de Che Guevara só aparecem quando está protegido pelo avatar das redes sociais.

O Bicho não é movido por ideias, é movido por azia. Ressabiado porque não suporta que alguém agite as águas paradas da política açoriana. Está habituado aos mesmos partidos, aos mesmos tachos, às mesmas promessas recicladas desde os anos 80. E quando aparece alguém a mexer na panela, entra em pânico: “Ai o meu tachinho!”

Mas no fundo, o Bicho é só barulho. Não organiza nada, não ajuda ninguém, não propõe uma única solução. É como aquele cão histérico que ladra atrás do portão: parece feroz, mas quando se abre a porta, descobre-se que é um caniche com fita cor-de-rosa.

Por isso, deixemos o Bicho a teclar. Porque se há coisa que mais o irrita é perceber que, apesar dos seus latidos virtuais, eu e o CHEGA Açores continuamos a avançar, de cabeça erguida, sem medo e sem me esconder.

E no fim, só me apetece cantar:
“É o Bicho, é o Bicho… vai ficar a roer-se sozinho no teclado.”

José Pacheco
Presidente e Deputado do CHEGA Açores
Candidato à Câmara Municipal de Ponta Delgada