O CHEGA Açores entende que é um erro o Governo Regional dos Açores sobrepor-se ao Governo da República e assumir os salários dos trabalhadores portugueses da Base das Lajes que estão em atraso devido ao “shutdown” nos Estados Unidos da América, conforme anunciado pelo Vice-Presidente do Governo Regional.
No final de uma reunião com o Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Alimentação, Bebidas e Similares, Comércio, Escritórios e Serviços Hotelaria e Turismo, Transportes e Outros Serviços dos Açores (SITACEHTT), José Pacheco indicou que os Açores são território nacional e os trabalhadores portugueses na Base das Lajes têm de se reger pelas leis nacionais, “e estarem a ser tratados de forma diferente só porque a entidade empregadora é Americana é inaceitável”.
Para o líder parlamentar do CHEGA Açores, a questão é clara e deve ser o Governo da República a assumir estes custos com os 420 trabalhadores efectivos, à semelhança do que fez, por exemplo o Governo alemão, sendo depois ressarcido pelos Estados Unidos quando for resolvida a questão da paralisação das actividades do Governo devido à falta de aprovação de Orçamento.
“O Vice-Presidente do Governo pode estar desesperado por votos, mas não é assim que se fazem as coisas. Nos Açores temos de ser nós a mandar, e não nos podemos sobrepor à República, seja neste caso, seja na questão das polícias ou dos tribunais, porque essas verbas saem do Orçamento regional, de uma região falida”, reforçou José Pacheco.
O parlamentar alertou também que ficando esta situação resolvida, há outras questões no Acordo Bilateral entre Portugal e os Estados Unidos da América, enquanto contrapartida pelo uso das Lajes, que também precisam de ser acertadas. Por exemplo, o facto dos trabalhadores Portugueses não terem direitos consagrados na Constituição Portuguesa, como por exemplo o direito à greve.
Outro exemplo é o facto da Comissão Laboral ter de reunir de seis em seis meses, mas há mais de um ano e meio que não reúne, nem mesmo com a questão da falta de pagamentos dos trabalhadores na ordem do dia.
José Pacheco garantiu que o CHEGA não vai deixar cair no esquecimento a questão da Base das Lajes, “até porque a República alugou a custo zero um espaço no nosso território autónomo. Temos de bater o pé e se os Americanos quiserem continuar cá, têm de cumprir com as leis deste país. Se não quiserem continuar, até podemos converter aquele espaço num entreposto comercial, ou com certeza, outro país terá interesse em ocupar aquele lugar pagando as devidas contra-partidas”, reforçou.
Ponta Delgada, 30 de Outubro de 2025
CHEGA I Comunicação
 
 

