DEMOCRACIA DOENTE

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Nos últimos anos, o CHEGA tem-se afirmado como uma força política disruptiva no panorama português, apresentando-se como a voz contra o sistema, contra a corrupção, o conluio, e sempre em defesa de uma democracia saudável e da vontade popular.

Num Estado democrático, como o nosso, todas as forças políticas devem ter espaço para existir, expressar as suas ideias e disputar o poder dentro das regras do jogo. Contudo, o que se tem assistido em Portugal nos últimos anos em relação ao CHEGA levanta sérias preocupações sobre a saúde da nossa democracia.

Ainda assistimos a uma política de medo e à tentativa de dissuadir quem afirma gostar dos ideais do CHEGA ou dos seus dirigentes.
Todo o processo autárquico relativamente à elaboração das listas, foi demonstrativo desta triste realidade, em que assistimos a comentários pouco democráticos aos elementos que irão compor as listas do CHEGA.
Independentemente de concordarmos ou não com as propostas do CHEGA, não podemos ignorar a hostilidade sistemática com que este partido tem sido tratado por uma parte significativa do sistema político, seja pela comunicação social ou até mesmo de alguns órgãos institucionais. A crítica é saudável e nem todos podemos concordar com os mesmos, mas a realidade é que se tem verificado um verdadeiro esforço por uma grande franja da sociedade para isolar, denegrir, deslegitimar e silenciar o CHEGA.
Isto não é certamente Democracia! Quem apregoa, aos quatro ventos, aceitar a diferença e bate no peito pela Democracia, são os primeiros a não aceitarem a vontade do povo e quem, democraticamente, foi às urnas colocar o seu voto no CHEGA.
A tentativa de reduzir este partido a um fenómeno “populista perigoso” e até a ameaça recorrente de ilegalização não são sinais de uma democracia saudável. São, antes, mecanismos típicos de quem teme o confronto de ideias.
É legítimo combater o CHEGA no plano político e ideológico. É isso que a Democracia exige: confronto, debate e escrutínio. O que não é aceitável é a tentativa de criar uma espécie de cordão sanitário que exclui quase um milhão e meio de eleitores que, legitimamente, escolheram esse partido. Quando se ataca um partido legalmente constituído, ataca-se também a vontade de quem nele votou.
Se as propostas do CHEGA não convencem, devem ser derrotadas nas urnas e no debate público. Uma democracia que persegue é uma democracia que enfraquece. E isso deveria preocupar todos os que acreditam na liberdade e no pluralismo.

Olivéria Santos
Deputada do CHEGA Açores