“REGRESSAR” AOS AÇORES: MONTENEGRO ENGANOU OS AÇORIANOS

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A contínua quebra demográfica nos Açores, agravada pela crescente emigração dos jovens açorianos para outras regiões e países, evidencia a importância crucial de programas como o “Regressar” para fixar e reter a população, especialmente os mais jovens.

Contudo, o programa nacional “Regressar”, criado pelo anterior Governo socialista, continua inexplicavelmente a excluir as Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira. Durante o anterior ciclo político, o PSD, liderado por Luís Montenegro, criticou fortemente esta exclusão, prometendo alterações concretas que assegurariam igualdade de oportunidades aos cidadãos das regiões autónomas. As medidas prometidas incluíam incentivos financeiros e apoios específicos à reintegração laboral e social para emigrantes açorianos e madeirenses.

Agora, com o PSD de Luís Montenegro no poder, seria expectável que estas alterações fossem rapidamente implementadas, corrigindo finalmente esta desigualdade territorial. No entanto, até ao momento, constata-se que nenhuma ação concreta foi tomada, mantendo-se intacta a exclusão dos Açores e da Madeira.

A ausência de ação do atual governo, liderado pelo PSD, suscita sérias dúvidas sobre o real compromisso de Montenegro com as autonomias regionais. É imperativo concretizar políticas eficazes que revertam a crise demográfica e dinamizem a economia local, ultrapassando as promessas eleitorais e críticas ao anterior governo socialista.

Esta inércia representa não só um desrespeito pelas autonomias regionais, como evidencia uma aparente indiferença do líder do PSD e primeiro-ministro, Luís Montenegro, para com as regiões ultraperiféricas. Talvez se os jovens açorianos fossem casinos ou interesses particulares de maior rentabilidade imediata, já tivessem merecido a devida atenção por parte do atual executivo.

Os açorianos têm agora o dever de exigir firmemente que o governo liderado por Montenegro cumpra as promessas feitas enquanto oposição. O futuro das regiões ultraperiféricas, como os Açores, depende de ações efetivas e não somente de discursos ou boas intenções.

É chegada a hora de pôr termo ao centralismo e à alternância entre PS e PSD que caracteriza as últimas cinco décadas, promovendo uma verdadeira mudança que valorize todas as regiões de Portugal, sem exceção.

Haja saúde e boa memória para não esquecer estas coisas.

José Pacheco
Presidente e Deputado do CHEGA Açores