OS JORNALISTAS DO SISTEMA E O DELITO DE OPINIÃO!

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No Diário Insular de sexta-feira dia 1 de novembro (dia onde se homenageia os mortos, se calhar apropriado para um órgão de comunicação social), Armando Mendes escreveu um artigo de opinião em que, “aparentemente”, vem a palco defender que o ataque que tem sido feito ao CHEGA, com queixas-crimes onde colaboram jornalistas, simplesmente pelo facto de não concordarem com o modo, ou com os termos, usados pelo CHEGA, configura um delito de opinião. Nada havia a dizer sobre esta parte do artigo de opinião de Armando Mendes (último parágrafo do artigo), se ele não tivesse escrito tudo o resto.

Quando alguém, dito jornalista (presumo eu que tenha carteira profissional), classifica o CHEGA, o terceiro maior partido português, com termos como “O Chega, o seu líder e toda aquela gente que gravita por tão ruins lados”, “Para que qualifiquemos o Chega como uma coisa politicamente fora do dicionário, o mais natural é que nos sujeitemos a que tais gentes que frequentam essa espécie de partido também tenham opinião sobre o que escrevemos”. E ainda acrescenta que “Aliás, este jornal publica notícias do Chega e artigos de “cheguianos”. É engolir e passar à frente”.

Analisando este artigo de opinião e analisando o artigo primeiro do código deontológico dos jornalistas que diz: “O jornalista deve relatar os factos com rigor e exactidão e interpretá-los com honestidade. Os factos devem ser comprovados, ouvindo as partes com interesses atendíveis no caso”. Algo aqui não parece bater certo com a deontologia do jornalista Armando Mendes.

Ao classificar o CHEGA como um “lugar Ruim” está a emitir um juízo de valor sobre um partido político e as suas gentes (militantes, simpatizantes e eleitores). Ora, isso não é uma interpretação honesta e rigorosa dos factos conforme está obrigado pelo seu código deontológico, mas sim um aproveitamento de um órgão de comunicação social para alguém, que devia ser isento e independente, vir a público denegrir mais de 1 milhão de portugueses.

Quando um trabalhador de um jornal, neste caso jornalista, insulta o terceiro maior partido num país democrático e as pessoas que segundo ele “gravitam por tão ruins lados”, isto significa que a comunicação social bateu no fundo, aliás só confirma o que o CHEGA tem dito e denunciado sobre esta gente que gravita por esta comunicação social subsídio-dependente totalmente refém do sistema e que todos os dias presta vassalagem a estes interesses instalados.

Mas, por outro lado, Armando Mendes já não tem qualquer pudor de promover fóruns e debates com gente pouco recomendável que defende Putin, a invasão da Ucrânia e um regime que matou milhões de pessoas: o comunismo. Pelos vistos no dicionário de Armando Mendes o comunismo, o marxismo e o “putinismo”, já não lhe causam problemas de consciência. Pelos vistos já não lhe custa “engolir e passar à frente”.

Não sei que tipo de interesses está Armando Mendes a defender para atacar o CHEGA de forma tão vil e cobarde, mas certamente que não é o interesse público, nem o interesse dos jornalistas e muito menos o interesse do jornal em que publica notícias, pois se de facto esse jornal publica notícias do CHEGA é porque acha que há interesse jornalístico, do mesmo modo que publica notícias de militantes do partido comunista, do bloco de esquerda, da Iniciativa Liberal e de todos os outros grandes e pequenos partidos. Também se é uma espécie de “vingançazinha” pelo facto do CHEGA ser absolutamente contra o pagamento de milhões de euros de subsídios à comunicação social, isso só reconfirma que o CHEGA tem razão.

Mas se de facto não lhe agradam os artigos do CHEGA e lhe custam a engolir, dou-lhe um conselho: coma só as batatas, assim não vai ter qualquer azia, principalmente quando vê as sondagens do CHEGA a subir e a do(s) tal(s) partido(s) que gosta tanto a desaparecer.

Por isso Armando Mendes não se apoquente, não tenha pena por nós os “Cheganos” (e não Cheguianos, como disse) andarmos por lugares ruins. Sentimo-nos bem no lugar que ocupamos e dormimos bem com a nossa consciência. O CHEGA existe, porque milhares de pessoas acreditam em nós; pelo contrário os jornais e os jornalistas estão em crise, porque quase ninguém acredita neles.

Para perceber porque o CHEGA existe e já é o terceiro maior partido português, cito Fernando Pessoa: “Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante. Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão”. E a razão do CHEGA ter chegado é simples: os partidos do sistema não representavam os portugueses e quem vota no CHEGA acha que este partido os representa.

Como disse James Carville, então estrategista da campanha presidencial de Bill Clinton “É a economia, estúpido”; repito uma frase semelhante mas de teor político sobre a existência do CHEGA: É a democracia, estúpido!

Francisco Lima
Deputado e Vice-Presidente do CHEGA Açores